20/11/2009

como nossos pais..._______________________________ o tempo em que o tempo parou pra pensar.

Poucas décadas, ou mesmo poucos anos antes desta época de tecnocracia, de escritórios, de engomadinhos orgulhosos, de classe média ocupada e interessada, havia um mundo em que os pais, de barba branca, sentavam seus filhos num resto de tronco de árvore, e num gesto simbólico lhes empurravam um machado, dizendo - "Rapaz, eu sei que você acha que a vida é fácil mas se tu quer ser um homem," - arregalando os olhos - "e olha que já está passando da hora de se tornar um, vai ter que fazer como eu fiz quando tinha sua idade, trabalhar duro! Tem que ser um homem íntegro, e saber respeitar quem está acima de você. Só assim é que se chega a ser alguém na vida, que nem eu fiz para ser o que sou hoje!" Era o velho tempo (velho já naquele tempo) em que os da nossa idade que estavam mais ou menos na mesma situação que rejeitamos agora, provavelmente se viam como futuros Barões de Mauá, como seus pais os fez crer (embora o Irineu Evangelista fosse órfão de pai). E assim como o é hoje, davam duro por aí até morrer, e ter na cova um reconhecimento mínimo e humanamente necessário, se o defunto não fosse roubado pra sei lá que outro vil empreendimento.
Agora, quando o pai, ou a mãe, de algum futuro sucesso classe média vê um boletim riscado de vermelho, começa a cantarolar:
- É rapaz, dei duro e você aí, sem dar valor pra nada. Não estuda não, pra ver... O mundo não dá sopa, então vê se tira o melhor pra você, viu? To indo, Tchau. Boa aula! (de recuperação)

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