Outro dia estávamos eu, Pequi Atômico, L.M. e alguns outros em frente à escola, conversando e arrancando umas folhas de uma arvorezinha e brincando com elas. As folhas tinham uma cobertura macia de uma praga, que parecia algodão. Não era a coisa mais inocente do mundo o que fazíamos, como crianças que estragam tudo se divertindo, mas a gravidade ambiental do nosso entretenimento não nos impediu.
Quando todos já se entusiasmavam limpando as folhas, um senhor, que trabalha de vigia noturno na escola e usa uma camiseta velha escrita "COLABORADOR", abriu a janela bem atrás de nós, fez uma cara de preocupação, e brigou. Nos advertiu porque a árvore é patrimônio da escola e o patrão é dono da escola... Não disse assim nessas palavras, só brigou, mas ora, ele vende sua força de trabalho ao patrão em troca de um mísero salário, e na relação hierárquica, assume essa atitude de cuidar da manutenção desse patrimônio, do qual na verdade é totalmente alienado!
Isso também ele nos contou depois, do lado de fora, na calçada, explicando que não brigou por mal, nem nos conhecia, mas que às vezes acontecia de descarregar a raiva em bobagens assim. Num tipo de confissão comentou que, pôxa, trabalha numa escola e sequer sabe ler. E que estava um pouco velho já, em tempo de aposentar, e ficava dormindo ali naqueles malditos bancos de madeira, vendo televisão até altas horas da madrugada.
Isso também ele nos contou depois, do lado de fora, na calçada, explicando que não brigou por mal, nem nos conhecia, mas que às vezes acontecia de descarregar a raiva em bobagens assim. Num tipo de confissão comentou que, pôxa, trabalha numa escola e sequer sabe ler. E que estava um pouco velho já, em tempo de aposentar, e ficava dormindo ali naqueles malditos bancos de madeira, vendo televisão até altas horas da madrugada.
Nos contou esses segredos, e quando terminamos de ouvir, depois de uns segundos paralisados, o maluco do Pequi, que havia começado a brincadeira de arrancar folhas, espiou a pequena árvore e de repente saltou no rumo dela e a atacou até quebrá-la, num ludismo feroz, como um favor àquele senhor sentado ao nosso lado.
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